Introdução

O vínculo traumático (trauma bond ou trauma bonding) pode ser criado em relacionamentos onde há exposição a situações traumáticas como manipulação, negligênciaabandono, traição ou violência, o que leva a sérios danos emocionais e psicológicos.

Esses vínculos podem ser estabelecidos em relacionamentos familiares, românticos, de amizade, profissionais, em seitas espirituais ou instituições religiosas e podem levar à dependência emocional, desregulação emocional, transtorno de estresse pós-traumático complexo (TEPT-C), entre outras possíveis sequelas psicológicas graves, incluindo:

  • Ansiedade e medo constantes
  • Dificuldade em confiar nas pessoas
  • Baixa autoestima e autoimagem
  • Dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis
  • Padrões repetitivos de relacionamentos tóxicos
  • Depressão e outros problemas de saúde mental
  • Dificuldade em tomar decisões ou lidar com o conflito
  • Uso de comportamentos destrutivos, como o abuso de drogas ou alimentos
  • Dificuldade em lidar com as emoções e com a raiva
  • Sintomas de estresse pós-traumático como flashbacks ou pesadelos.

 

Este tipo de vínculo emocional pode fazer a pessoa sentir-se confusa, apaixonada, obcecada, emocionalmente dependente, isolada, ansiosa e culpada pelo relacionamento, mesmo quando o relacionamento é doloroso ou abusivo. É difícil para a pessoa enxergar a realidade da situação e romper o vínculo, pois a dinâmica traumática cria uma ligação forte com o abusador. Em relações com narcisistas, o vínculo traumático pode ser ainda mais difícil de quebrar, devido à manipulação e controle que narcisistas costumam exercer sobre suas vítimas. 

Como narcisistas criam um vínculo traumático em suas pessoas alvo?

Os narcisistas podem criar um vínculo traumático com suas vítimas através de várias técnicas psicológicas, incluindo:

  1. Idealização inicial: O narcisista pode idealizar sua vítima, fazendo comentários elogiosos e oferecendo atenção e apoio excessivos no início da relação. Isso pode criar uma falsa sensação de segurança e intimidade.

  2. Abuso psicológico: O narcisista pode começar a usar técnicas de manipulação, como o gaslighting, para controlar a vítima e isolar-se de outras pessoas.

  3. Negação e culpa: O narcisista pode negar a existência de problemas na relação e culpar a vítima por quaisquer questões que possam surgir.

  4. Alternância entre comportamento abusivo e comportamento idealizador: O narcisista pode alternar entre comportamentos abusivos e idealizadores, o que pode ser confuso e traumático para a vítima.

  5. Dependência emocional: Com o tempo, a vítima pode se tornar emocionalmente dependente do narcisista e ter dificuldade em encerrar a relação.

Estas técnicas podem criar um vínculo traumático que pode ser difícil de quebrar e pode levar a sérios problemas de saúde mental para a vítima, como ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis no futuro. Se você suspeita que está em uma relação traumática, é importante buscar ajuda imediatamente.

Por que é tão difícil superar o vínculo traumático?

As pessoas não conseguem sair do vínculo traumático porque sentem a necessidade de reconstruir a dinâmica da relação, esperam mudanças na outra pessoa, têm medo de ficar sozinhas, sentem culpa ou vergonha, ou acreditam que a relação é o melhor que elas podem ter.

Superar um vínculo traumático pode ser desafiador por várias razões. Um dos principais motivos é que as pessoas que estão envolvidas em vínculos traumáticos geralmente desenvolvem uma dependência emocional, ansiedade, baixa autoestima e dificuldade em tomar decisões, tornando ainda mais difícil para as pessoas saírem do relacionamento abusivo.

Além disso, as pessoas que sofrem abuso emocional ou psicológico podem ter dificuldade em acreditar em si mesmas e em suas próprias percepções, o que pode tornar difícil para elas enxergar a situação de forma clara e tomar medidas para sair dela.

Outro fator importante é que os vínculos traumáticos geralmente são acompanhados de processos de negação, minimização e normalização pelo agressor, o que dificulta ainda mais a vítima entender e se libertar do abuso.

Motivos que fazem as vítimas negarem o abuso emocional

As vítimas de abuso emocional podem negar o abuso por vários motivos, incluindo:

  • Medo: Elas podem ter medo de enfrentar o abusador ou de deixar a relação, o que pode ser perigoso ou resultar em represálias.

  • Insegurança: O abusador pode ter minado a autoestima da vítima, deixando-a sem confiança e insegura. Para saber mais, confira meu post sobre o gaslighting.

  • Falta de reconhecimento: A vítima pode não reconhecer ou não compreender que está sendo abusada por falta de informação sobre o assunto, especialmente se o abusador tiver camuflado seu comportamento como amoroso ou preocupado.

  • Falta de apoio: A vítima pode se sentir sozinha e sem suporte, o que pode impedir que ela busque ajuda ou reconheça o abuso.

  • Crenças culturais e sociais: As crenças culturais e sociais sobre o que é aceitável em relacionamentos e o papel da mulher na sociedade podem influenciar a percepção da vítima sobre o abuso e sua capacidade de reconhecê-lo.

  • Dependência emocional: A vítima pode estar emocionalmente dependente do abusador e acreditar que a relação é a única forma de satisfazer suas necessidades emocionais.

  • Sentimentos de Culpa: A vítima pode se sentir culpada pelo comportamento do abusador ou acreditar que é responsável pelo abuso.

  • Normalização: A vítima pode ter normalizado o comportamento abusivo, considerando-o parte de uma relação normal.

Como quebrar a negação do abuso emocional?

Para quebrar a negação de um vínculo traumático, é importante:

  • Reconhecer o abuso: Entender que você está preso em uma relação abusiva e traumática é o primeiro passo para quebrar a negação. Para isso, procure se informar o máximo possível sobre os sinais de abuso emocional e a dinâmica do abuso narcisista.

  • Busque ajuda profissional: Consulte um terapeuta especializado em vínculos traumáticos e relações abusivas.

  • Converse com outras pessoas: Fale sobre sua experiência com amigos e familiares de confiança ou participe de grupos de apoio para pessoas que passaram por situações semelhantes.

  • Examino suas crenças e valores: Analise suas crenças e valores para ver como a relação traumática afetou sua visão de si mesmo e do mundo.

  • Mantenha distância física e/ou emocional: Corte o contato com o narcisista ou abusador e evite qualquer situação que possa evocar memórias traumáticas.

  • Aprenda sobre vínculos traumáticos: É importante aprender sobre vínculos traumáticos, como eles são formados e como afetam a saúde mental e emocional.

  • Trabalhe em sua autoestima: Trabalhe na sua autoestima e autoimagem, reconhecendo seus pontos fortes e valores.

Quais os primeiros passos para superar o vínculo traumático?

Os primeiros passos para superar um vínculo traumático incluem:

  1. Psicoeducação: É importante estudar sobre relacionamentos tóxicos para entender que você está em uma relação abusiva e que não é sua culpa.

  2. Ajuda profissional: Procure um terapeuta especializado em relações abusivas e transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão.

  3. Corte o contato: Se possível, é importante cortar o contato com o narcisista e evitar quaisquer situações que possam levar a reações emocionais negativas.

  4. Trabalhe em sua autoestima: É importante trabalhar na sua autoestima e autoimagem, reconhecendo seus pontos fortes e valores.

  5. Busque suporte: Converse com amigos e familiares de confiança ou participe de grupos de apoio para pessoas que passaram por situações semelhantes.

  6. Aprenda a regular as suas emoções: Estude e trabalhe com um(a) terapeuta para aprender habilidades de regulação emocional saudáveis para lidar com situações difíceis e memórias traumáticas (flashbacks).

  7. Seja paciente consigo: A recuperação de um vínculo traumático pode ser um processo longo e desafiador, é importante ser paciente consigo mesmo e celebrar as pequenas vitórias.

 

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© 2023 Carolina Mueller 

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